Quando se fala em desenvolvimento de pessoas no ambiente laboral, duas palavras têm ganhado visibilidade nos últimos anos: coaching e mentoring. Mas o desconhecimento sobre o que são essas técnicas, suas diferenças e quando cada uma deve ser usada pode gerar mais decepção que alegria. Conheça as principais características e esteja preparado para tirar o melhor proveito desses importantes recursos para se alcançar o sucesso.
Objetivos: capacitar e orientar
Coaching e mentoring tratam de uma relação entre pelo menos dois profissionais, visando o aperfeiçoamento e o desenvolvimento de um deles. No entanto, coaching refere-se à melhoria ou à aquisição de novas habilidades e competências específicas a uma função. O foco da relação está na aceleração de resultados que podem incluir uma mudança de área ou empresa, uma promoção ou a melhoria nas relações interpessoais, por exemplo.
Já o mentoring, é uma espécie de tutoria na qual um profissional mais experiente orienta o menos experiente. O objetivo é transferir conhecimento e informação prática para seu sucesso profissional e pessoal a longo prazo e não somente para a função atual. Embora algumas metas específicas de aprendizado possam servir como base para criar uma relação de confiança, o mentoring pode incluir temas mais amplos, como autoconhecimento, autoconfiança e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Profissional interno ou consultor externo?
O mentor tende a ser alguém da própria empresa, mas não necessariamente o chefe ou um integrante da mesma equipe do mentoree (quem vai ser orientado). Em geral, é uma pessoa-chave na organização (ou fora dela), que conhece todos os processos e procedimentos e tem grande experiência no segmento. Os casos mais comuns de mentoring são aqueles de trainees ou novos funcionários que precisam se integrar à empresa e recebem um “padrinho” para ajudá-los.
Já o coach (treinador) é, em geral, um consultor externo contratado pela empresa ou pelo próprio coachee (profissional que recebe o coaching). Diferentemente de um mentor, o coach não precisa ter experiência na área de atuação do coachee, nem mesmo expertise na empresa e em sua cultura. Ele domina técnicas para levar o profissional a identificar e encontrar as respostas aos seus desafios.
Outro contraponto é que usualmente o coach é remunerado e o mentor não. Mas é importante lembrar que isso não significa que no mentoring não haja custo para a empresa. Normalmente, o mentor faz parte de um programa de longo prazo desenvolvido para atender a mais de um indivíduo.
Metodologia: perguntas e respostas
O coaching é feito por meio de sessões semanais, quinzenais ou mensais. No início do treinamento, os objetivos e as metas são estabelecidos em conjunto e, a cada encontro, novas tarefas são apresentadas. O coach faz muitas perguntas, mas jamais dá respostas. Ele parte do pressuposto que o coachee possui as soluções para suas questões e que apenas necessita de um profissional capaz de auxiliá-lo a ter mais consciência de si.
O mentor, por outro lado, dá o caminho das pedras. Ele diz onde o profissional está errando, o que pode melhorar, quais os pontos de seu comportamento merecem atenção, etc. Na prática, é como um conselheiro. Os encontros podem ter uma frequencia pre-definida ou ocorrerem conforme a necessidade do mentoree.
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Relação duradoura ou passageira?
Não há um prazo certo para o término dessas relações. Porém, o coaching é sempre algo de curto prazo, com início, meio e fim. Ou seja, com a identificação de temas a serem trabalhados e tarefas a serem cumpridas num prazo determinado. Em geral, duram de três a seis meses.
No mentoring, por outro lado, não há a necessidade de se estabelecer prazos. A relação segue até o momento em que o profissional sente que já adquiriu o conhecimento e a experiência necessários para seu trabalho. Como é, antes de mais nada, uma relação de confiança, o mentoring costuma durar pelo menos um ano para gerar bons resultados. É o tempo dos envolvidos se conhecerem e passarem de questões superficiais às que realmente farão diferença.
Pra quem é indicado
Tanto o mentoring quanto o coaching visam uma mudança no profissional, mas, como foi dito, têm objetivos e metodologias diferentes. Então, quando a empresa deve usar um ou outro recurso? Vale a pena considerar um coaching quando a empresa estiver desenvolvendo competências específicas de performance, implantando um novo sistema/programa ou querendo melhorar a atuação de seus profissionais em áreas específicas. Se a questão for um plano de sucessão, a retenção de conhecimento e talento ou o investimento em um melhor equilíbrio entre vida laboral e privada dos profissionais, aposte no mentoring.
Você tem experiência com coaching ou mentoring em sua empresa? Conte pra gente nos comentários!
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